domingo, 20 de julho de 2014

AS PINÇAS DO SIGNO DE CÂNCER


A constelação de Câncer. Fonte: Mexican Skies.

Daremos continuidade à série de resumos e fragmentos que têm por objetivo deixar, através de mitos, símbolos, imagens e palavras, a atmosfera ou o perfume de cada uma das doze estações que completam o ciclo anual.

Depois de muitas lágrimas, chuvas e lamentações da Copa do mundo no Brasil, o ano astrológico segue em frente. Na trajetória ao longo dos doze signos do zodíaco, esse período das águas sem dúvida alguma é canceriano.

Nessa época, estacionaremos no signo de Câncer, que estará em vigência até o dia 22 de julho. Em primeiro lugar, veremos algo sobre o signo e sobre seu símbolo mais evidente – o caranguejo. Depois veremos algo sobre o símbolo da Lua, para logo adiante vermos o mito e a cor associados a este signo de Câncer – o mito da Hydra de Lerna e a cor Prata. Por fim, teremos algumas informações de ordem astronômica sobre o satélite Lua, algo da mitologia associada a este corpo celeste – Ártemis e Hécate – e uma abordagem mais filosófica sobre o período canceriano do ciclo solar.

Espero que gostem.

Câncer

Seu hieróglifo, semelhante a duas espirais, exprime a mudança de sentido do movimento solar – que se torna descendente, quando até esse momento era ascendente – e representa esquematicamente as vagas da vida  (i.e., as flutuações, as indecisões ou os altos e baixos, etc.). Signo lunar, significa o retraimento em si mesmo, a sensibilidade, a timidez e a tenacidade.

Com o Câncer, surge todo um universo aquático; apresenta-se como o símbolo da água original: águas-mães calmas e profundas da fonte murmurante, passando pelo leite materno e pela seiva vegetal. O caranguejo, de água doce ou de mar, que o representa, é um animal aquático que vive debaixo de uma carapaça protetora.

Ao espírito das águas associa-se estreitamente um valor de coisa interna, íntima ou interior, a relembrar que os esboços e prefigurações da vida em fase de renascimento – gérmens, ovos, fetos e brotos – estão circundados por conchas, matrizes, cascas e invólucros, todos eles destinados a resguardar o poder de ressurreição encerrado nessas couraças.

Efetivamente, o quarto signo identifica-se ao arquétipo materno que Jung distinguiu: todo o mundo dos valores de conteúdo, ou seja, tudo aquilo que é grande, e que envolve, resguarda, conserva, nutre, protege e mantém aquecido aquilo que é pequeno. Princípio matricial e nutriente, que vai do útero à terra-mãe: profundeza, abismo, poço, gruta, caverna, bolso, vaso, abrigo, casa, cidade... que vem terminar no grande refúgio da humanidade, que era a Grande Mãe.

O papel do Câncer é também o da mediação, da mediunidade, do meio. Os seres marcados por esse signo gozam de um grande poder secreto, próprio a favorecer os renascimentos futuros.


Caranguejo

O caranguejo, como inúmeros outros animais aquáticos, está ligado, paradoxalmente, aos mitos da seca e da Lua. Os caranguejos são o alimento dos espíritos da seca. Seu crescimento liga-se às fases da Lua.

Na Índia, o caranguejo é o signo zodiacal de Câncer, que corresponde ao solstício de verão, início do movimento descendente do sol. Dava-se ao caranguejo na China o nome de koel ("ladino", "esperto"), sem dúvida em razão do seu deslocamento lateral, ligado a esse tipo de andar oblíquo e às pinças ávidas.

O caranguejo é um símbolo lunar. Desde a Antiguidade clássica, sua imagem está associada à da lua, tal como a da lagosta, porque esses animais marcham como a lua, para a frente e para trás.

Dicionário de Símbolos, C. & G.

Alisson Batista

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