terça-feira, 21 de outubro de 2014

O EQUILÍBRIO DO SIGNO DE LIBRA II


O julgamento de Paris, de Rubens. Fonte: ABCGallery.com.

A Justiça como símbolo

A espada e a balança são os atributos tradicionais da Justiça: a balança, semelhante àquela que a simples pena de Maat bastava para equilibrar no tribunal de Osíris, está aqui perfeitamente imóvel. A espada, direita e implacável, como o fiel da balança, servirá para punir os maus. Já se observou, a esse propósito, que a espada e a balança são também os símbolos das duas maneiras pelas quais, segundo Aristóteles, se pode ver a Justiça. A espada representa seu poder distributivo (Justitia suum cuique tribuit); a balança. sua missão de equilíbrio (social).

A Justiça ou Têmis ou a Balança representa a vida eterna, o equilíbrio das forças desencadeadas, as correntes antagonistas, a consequência dos atos, o direito e a propriedade, a lei, a disciplina, a adaptação às necessidades da economia.

Essa Justiça, cujo número simbólico é precisamente oito, é a nossa consciência no sentido mais elevado. Para aqueles que fizeram mau uso dos seus poderes só cabe a espada e a condenação; para os verdadeiros iniciados, a balança mantém o equilíbrio, esse equilíbrio rigoroso que é a lei da organização do caos no mundo e em nós mesmos.

O Justo

O justo dá a cada coisa o lugar que lhe compete. Ordena na medida certa. Da mesma forma, responde à sua função criadora ou organizadora.

O justo cumpre em si mesmo a função da balança, quando os dois pratos se equilibram perfeitamente, face a face. O justo se encontra, portanto, além das oposições e dos contrários, realiza em si a unidade e, por isso, pertence já, de certo modo, à eternidade, que é una e total, ignorando a fragmentação do tempo. Ele pensa e age com peso, ordem e medida.

Se o justo simboliza o homem perfeito, naquilo em que ele semelha um demiurgo organizador – que põe ordem, primeiro em si, depois em torno de si –, seu papel é o de uma verdadeira potência cósmica.

O Tribunal de Osíris. Fonte: McGill blogs.

O Azul como símbolo

O azul é a mais fria das cores e, em seu valor absoluto, a mais pura, à exceção do vazio total do branco neutro. O conjunto de suas aplicações simbólicas depende dessas qualidades fundamentais.

Domínio, ou antes, imóvel, o azul resolve em si mesmo as contradições, as alternâncias – tal como a do dia e da noite – que dão ritmo à vida humana. Impávido, indiferente, não estando em nenhum outro lugar a não ser em si mesmo.

O azul sugere uma ideia de eternidade tranquila e altaneira. Em seu uso clínico, um ambiente azul acalma e tranquiliza, ao passo que a profundidade do azul tem uma gravidade solene, supraterrena. Essa gravidade evoca a ideia da morte: as paredes das necrópoles egípcias, sobre as quais se destacavam, em ocre e vermelho, as cenas de julgamentos das almas, eram geralmente revestidas de um reboco azul-claro.

Já se disse, também, que os egípcios consideravam o azul como a cor da Verdade. A Verdade, a Morte e os Deuses andam sempre juntos e é por isso que o azul-celeste é também o limiar que separa os homens daqueles que governam, do Além, seu destino.

Esse azul sacralizado – o azul-celeste – é o campo elísio, o útero através do qual abre seu caminho a luz de ouro que exprime a vontade dos deuses: Azul-Celeste e Ouro, valores respectivamente feminino e masculino que significam para o (símbolo) uraniano, o mesmo que o verde escuro e o vermelho brilhante na heráldica.

O azul manifesta as hierogamias ou as rivalidades entre o céu e a terra.

Dicionário de Símbolos, C. & G.

Alisson Batista

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